Entrevista com Roberto Labate no blog América Latina Plus

Crédito: Etiketa Plus Size

"Acho que as pessoas que participam e acompanham o universo plus size gostam justamente de ver pessoas de verdade na passarela, nos catálogos, com as quais se identificam, que estão mais próximas da variedade de padrões de beleza da “vida real”, e não “cabides” que servem apenas para “pendurar” a roupa." 

 Roberto Labate

Me fala quem é o Roberto, pessoa.

Sou o Roberto Menossi Labate, 30 anos ou 3.0 Turbo Diesel! Na família, o Beto, entre alguns amigos o Betão e desde os 18 anos ganhei o apelido de Johnny, na época era parecido com o Johnny Bravo (personagem de desenho), topeduto, óculos escuro e grandão... tenho saudades do topete, rs...  Trabalho com Design Digital, sou diretor de arte e tenho uma Produtora Web, onde passo horas e horas do dia colocando a “cachola” para funcionar. Gosto de música, sou bem eclético, gosto de tudo um pouco, já tive banda e ultimamente só canto no chuveiro. Gosto de assistir filmes, séries e desenhos antigos. Sou casado, feliz e muito agradecido pelo caminho que minha vida tomou, tenho conquistado e realizado sonhos, mas continuo correndo atrás, acho a vida é isso: Nunca parar de correr atrás.

Crédito: Kaue Modas

Você já sofreu por estar acima do peso em algum momento da sua vida?

Quando era mais novo acabava rolando umas brincadeiras, mas nada que me deixasse pra baixo. Acho que todo gordinho já sofreu pelo excesso de peso, por uma roupa que não serviu, pela piada sem graça ou pelo “fora” na balada. O importante é você se sentir bem do jeito que é, se não está feliz, então mude. Eu cheguei a pesar mais de 140kg, estava me sentindo mal, cansava só de pensar em andar ou subir uma escada. Decidi que era hora de mudar e batalhei por isso. Hoje peso 110kg e sou um plus size muito mais feliz!

Crédito: Etiketa Plus Size

Em algum momento já passou pela sua cabeça ser modelo plus size? Como iniciou a carreira de Modelo? 

Nunca me imaginei como modelo plus size, até ser convidado por uma das donas da “Kaue Modas” para participar do desfile de lançamento da coleção outono/inverno esse ano... De lá pra cá, surgiram outras oportunidades de trabalho na área, tirei umas fotos profissionais, a fim de ter material para mostrar para as lojas interessadas, e mais recentemente fui chamado para fazer o catálogo e o desfile de verão da “Kaue Modas”.

Crédito: Kaue Modas

Por que você acha que a maioria do mercado ainda é feminino?

Como eu disse, as marcas ainda estão muito voltadas para o público feminino, talvez porque elas também sejam mais vaidosas, procurem roupas grandes, mas modernas e antenadas com as tendências da moda, e as lojas se aproveitam disso, enquanto os homens em geral são menos preocupados com suas roupas, usam uma variedade menor de peças, estampas e cores. Mas a tendência é aumentar a procura dos homens por roupas melhores para todos os biótipos e então as lojas também tendem a suprir essa demanda.

Crédito: Etiketa Plus Size

O que mudou na sua vida depois que você virou modelo? Sua autoestima se modificou?

Eu ainda não diria que “virei modelo”, faço alguns trabalhos diferentes de tudo que já tinha feito na vida e que me trazem como retorno novas amizades, conhecimento de novas lojas e oportunidades. É claro que isso mexe com nossa autoestima, a gente se sente mais bonito, procurar se arrumar melhor, compra roupas mais modernas, da moda, que a gente vê nos desfiles, monta looks diferentes, que nunca tínhamos pensado.

Crédito: Kaue Modas

Dá pra sobreviver da carreira?

Eu conheço modelos femininos que conseguem sobreviver da carreira, porém, para os homens ainda é difícil, todos os que conheço (que são muitos poucos, comparado com o número de mulheres) têm uma profissão paralela, de onde realmente tiram seu sustento.

Crédito: Kaue Modas

Você disse que a maioria das lojas são voltadas para o público feminino, isso limita o homem plus a se vestir? Isso de alguma forma mexe com a autoestima do homem?

Com certeza a pouca variedade de lojas para homens grandes limita o guarda-roupa àquilo que tem à disposição no mercado, àquilo que nos serve. Antes eu só tinha peças da Kauê no armário. Agora já está aumentando o número de lojas com tamanhos maiores, mesmo as chamadas lojas “comuns” estão se preocupando em ter atender manequins acima do 48.

Desde que em algum lugar a gente encontre roupas boas e bonitas que nos sirvam, acho que a autoestima está preservada, mas isso começa a mudar quando você passa por diversas lojas e não encontra nada que fique bem.

Crédito: Etiketa Plus Size

Qual o recado que você dá para homens que querem seguir o mesmo caminho?

Faça umas fotos bacanas, para ter material para mostrar às lojas; procure lojas idôneas, conhecidas no mercado; participe de eventos do ramo plus size, faça bons contatos e, se tiver que dar certo, as coisas vão acontecendo naturalmente.

Crédito: Kaue Modas

Fonte: Blog America Latina Plus