A editora de moda Madeline Jones, da “Plus Model Magazine”, afirmou que as indústrias do ramo nos EUA recentemente vêm tentando eliminar o termo “modelo plus size”, o que, de forma velada, marginaliza as consumidoras que se encontram acima do peso.
A editora acrescentou que a recente evolução da indústria levou muitas modelos do seguimento a perder significativa quantidade de peso, a fim de serem aceitas pelos seguimentos de tamanhos menores.
Para ela, é chocante que sejam consideradas como
plus size modelos que vestem tamanhos tão pequenos como 6 ou 8 (o que corresponde aos números 40 e 42 aqui no Brasil).
"A indústria da moda
plus size foi criada quando as grifes decidiram se especializar e encarar de forma diversa o mercado para mulheres de tamanhos maiores", disse Jones. "Ao colocar modelos com corpos mais próximos da realidade das consumidoras em anúncios e catálogos, as gordinhas começaram a se sentir inspiradas pela moda e, por sua vez, a gastar mais dinheiro com ela”.
Entretanto, "Nos últimos anos, os tamanhos das modelos foram ficando cada vez menores, em parte porque elas almejam o sucesso no seguimento principal da moda. As consumidoras já não mais se identificam ou se inspiram naquilo que veem".
E Jones diz que a questão deve ser vista com seriedade. No blog de sua revista , ela escreveu: "As marcas
plus size devem procurar atender as mulheres gordinhas, pois, estamos em maioria, e não a minoria."
De fato, enquanto a mulher americana veste em média tamanho 14 (o nosso 50), Jones cita recentes rumores de que as agências estão exigindo que as modelos percam cada vez mais peso, caso pretendam alcançar o sucesso.
Assim, as modelos
plus size de hoje são tão pequenas que os estilistas muitas vezes as obrigam a usar enchimento para ajustar a roupa, segundo Jones, o que alguns chamam de "traje de sumô".
Crystal Renn, a modelo
plus size mais bem paga do ramo, nega os rumores de que seu emagrecimento para um tamanho menor que 2 (para nós, 38) tenha sido uma reivindicação de sua agência.
No ano passado, a modelo Marquita Pring disse à “Fox News' Neil Cavuto” que estava feliz por ser uma modelo que usava tamanho 16 (leia-se: 52). Mas em entrevista à “New York Magazine” da primeira semana do mês de março deste ano, ela mudou seu discurso, dizendo: "precisamos eliminar progressivamente a categoria de modelos
plus size. Eu sou um modelo. Faço os mesmos catálogo e editoriais que uma modelo ‘normal’ ".
Mas Jones diz que a questão não tem nada a ver com as preferências pessoais ou o tamanho das próprias modelos, e sim com a consumidora.
“A indústria da moda não existe em função da modelo, a verdadeira razão para a existência e crescimento do seguimento
plus size é a necessidade de roupas em tamanhos maiores", disse ela. "As grifes e estilistas visam vender, fazer as mulheres gastarem seu dinheiro com eles, e se isso significa chamar as modelos de
plus, qual é o problema?”
Representantes das agências de modelos da “Ford” e “Wilhelmina” não se mostraram dispostos a comentar sobre o assunto.
E você, o que acha? Aqui no Brasil, as atuais modelos
plus size realmente representam as consumidoras gordinhas?